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Displasia cementária periapical. Relato de caso.

Caso de displasia cementária periapical. Paciente do sexo feminino, negra, 46 anos, foi enviada para avaliação endodôntica devido à imagem periapical radiolúcida na região do dente 43. No exame clínico, normalidade dos tecidos gengivais na região. Nos testes, ausência de dor à palpação e percussão e vitalidade pulpar normal no referido dente e nos contíguos. No exame radiográfico imagem mista na região periapical do dente 43 até o dente 44. A hipótese de diagnóstico foi então de displasia cementária periapical, lesão benigna que não requer qualquer intervenção. A paciente então foi orientada para retornar para acompanhamento e proservação.

Caso conduzido pela aluna Cristiane Nestor, do curso de especialização em endodontia da HPG Brasília.

A displasia cementária periapical (DCP) é um tumor odontogênico benigno de origem mesenquimal, derivado do ligamento periodontal (BADEN, 1987). Sua etiologia ainda permanece desconhecida embora, alguns autores, acreditam que represente uma reação incomum do osso periapical a um fator irritante local (NEVILLE, 2004); enquanto outros sugerem que o traumatismo, distúrbios hormonais, fatores sistêmicos e genéticos possam estar envolvidos no seu desenvolvimento (SMEELE, 1991).

Não há manifestações clínicas sendo, portanto, assintomáticas, exceto quando localizadas próximo ao forame mentoniano, devido à compressão do nervo que pode levar a dor e parestesia. Por estas razões, esta lesão normalmente é descoberta em exames radiográficos de rotina. Existe uma marcada predileção por mulheres (14:1) e aproximadamente 70% dos casos afetam negros. O diagnóstico nunca é feito antes dos 20 anos de idade. Nos exames imageológicos são observadas mais frequentemente em áreas correspondentes às raízes dos incisivos inferiores. Focos múltiplos são mais habituais, mas quando único, não excede 1 cm de diâmetro. Podese perceber ainda que a lesão está contígua ao ligamento periodontal e a lâmina dura permanece intacta (SMITH, 1998).

Esta patologia possui uma evolução natural, passando por três fases de desenvolvimento: osteolítica; cementoblástica e de maturação. A 1ª fase caracteriza-se pela substituição do tecido ósseo por tecido fibroso o que determinada uma radiolucidez periapical. Na 2ª fase ocorre deposição de espículas de cemento, devido ao aumento da atividade cementoblástica, ocasionando áreas de condensação focal opaca com áreas de rarefações. Na fase final, de maturação, há uma completa calcificação da região fornecendo uma imagem radiopaca, muitas vezes circundada por um estreito halo radiolúcido

Sabendo-se das características da DCP, nota-se a sua grande semelhança com outras patologias como as de origem endodôntica (cistos e granuloma) e, sob esse aspecto, tona-se essencial o correto diagnóstico e a realização do teste de vitalidade pulpar já que em casos de DCP a polpa encontra-se sensível ao teste, não justificando uma intervenção endodôntica desnecessária.

https://www.youtube.com/watch?v=54RIIdLbsYk

https://ferrariendodontia.com.br/lesao-periapical-dens-invaginatus/

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