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Displasia florida. Relato de caso clínico.

Displasia florida.

Paciente encaminhada para tratamento do dente 37 em razão de uma imagem radiolúcida periapical. Paciente negra, 43 anos, não relatou dor. No exame clínico, cárie oclusal e testes endodônticos em normalidade em relação aos dentes adjacentes. No exame radiográfico, lesão mista na região periapical do dente 37. Pediu-se então radiografia panorâmica que revelou lesões semelhantes em outras áreas da mandíbula.

A hipótese de diagnóstico principal foi displasia cemento óssea florida. O diagnóstico pulpar do 37, polpa normal.

Indicou-se a remoção da cárie, restauração e proservação.

Displasia florida In: Monti et al. Odonto 2012; 20(40): 95-100

INTRODUÇÃO
Displasia florida: A displasia cemento-óssea florida (DCOF) é uma condição não neoplásica limitada aos ossos maxilares, caracterizada pela presença de massas radiopacas difusas dispersas, constituídas de cemento denso e osso que quando infectado pode levar à supuração e formação de seqüestros, resultando assim em um quadro de osteomielite.
Nos últimos anos, as lesões fibro-ósseas têm atraído um crescente interesse dos patologistas, com os objetivos de distinguir definitivamente essas patologias e de por fim às discussões diagnósticas decorrentes da superposição de suas características.
As lesões contendo cemento e/ou osso formam um complexo grupo de lesões associadas às áreas dentadas dos maxilares, antigamente classificadas como tumores odontogênicos, atualmente são consideradas lesões não neoplásicas por Kramer et al. em (1992) e lesões fibro-ósseas por Waldron (1993).
A DCOF é uma lesão displásica multifocal, limitada aos ossos maxilares, que consiste de tecido conectivo fibroso celular com osso e tecido semelhante a cemento. Números variáveis de células inflamatórias podem estar presentes em amostras de biopsia de
pacientes sintomáticos, sendo bem reconhecida como predominante em mulheres negras acima dos 40 anos. Outros termos têm sido aplicados à DCOF, como osteíte esclerosante, osteomieliteesclerosante e osteomielite crônica esclerosante difusa, cementoma gigantiforme, cementoma múltiplo familial.
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Os achados radiográficos são representados por massas lobulares, irregulares, radiopacas e circundadas por área radiolúcida lembrando aparência da doença de Paget do osso, com nítida tendência para localização bilateral simétrica, afetando mais mandíbula do que maxila, tanto em áreas dentadas quanto em áreas desdentadas, podendo haverpresença de cistos ósseos simples únicos ou múltiplos associados. Não existe uma causa aparente e as lesões são assintomáticas, exceto quando ocorre a complicação de osteomielite, devido à exposição das massas escleróticas calcificadas ao meio bucal, como resultado de atrofia alveolar progressiva sob prótese ou após extração dental na área envolvida pelo processo. A patogênese dessa osteomielite poderia estar relacionada à escassa irrigação sangüínea no osso afetado e às massas escleróticas avasculares, particularmente
susceptíveis à infecção secundária.
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Os bordos e os espaços radiolúcidos que envolvem a DCOF são bastante regulares e bem definidos. Se as lesões forem assintomáticas não há necessidade de tratamento. O tratamento da doença requer somente controles como exames radiográficos, higiene e profilaxia se assintomática. Porém, quando associada a componente inflamatório e com
presença de exposição das massas escleróticas, a antibioticoterapia se faz necessária, bem como a retirada dos seqüestros ósseos.

Displasia florida.

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