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Reabsorção radicular. Reimplante Intencional em reabsorção cervical.

Reabsorção Radicular.

Paciente procurou atendimento queixando-se de dor e inchaço na gengiva por palatino. No exame clínico, observou-se edema gengival e sondagem periodontal de 9mm de profundidade na região. Testes de palpação e percussão negativos e vitalidade positivo, com resposta mais exacerbada em relação aos demais dentes, portanto, como diagnóstico pulpar, inflamação pulpar irreversível assintomática. O exame radiográfico e tomográfico revelou imagens compatíveis com reabsorção cervical externa.

O tratamento proposto para a reabsorção radicular foi endodôntico e cirúrgico com restauração da área reabsorvida, por reimplante intencional.

https://www.youtube.com/watch?v=q5ywyJno4Z8

Reabsorção radicular In Ricardo Machado: Endodontia. Princípios Biológicos e Técnicos. Ed. Gen, 2022:

Reabsorções dentárias externas cervicais invasivas Iniciam-se na junção amelocementária após clareamentos internos e/ou externos, traumatismos, procedimentos cirúrgicos, tratamentos periodontais e/ou ortodônticos. Sua etiologia ainda não está completamete elucidada, mas os traumatismoss são frequentemente associados a sua ocorrência. Os dentes mais afetados são: caninos e incisivos superiores e molares inferiores (vitais, necrosados ou tratados endodonticamente). Nos dentes vitais, inicialmente, não há comprometimento pulpar, pois o processo patológico origina-se no ligamento periodontal. Microrganismos e seus subprodutos presentes no sulco gengival desencadeiam uma reação inflamatória. Consequentemente, há liberação de mediadores químicos responsáveis pela reabsorção (citocinas e prostaglandinas), que avançam em direção coronária e apical.

Com o tempo, pode ocorrer a necrose da polpa, mas, normalmente, a reabsorção contorna a cavidade pulpar sem contactá-la diretamente. Heithersay (1999) propôs uma classificação para as reabsorções dentárias externas cervicais invasivas considerando sua evolução. As reabsorções dentárias externas cervicais invasivas expandem-se primeiro em direção coronária e, em seguida, apicalmente. Nos estágios iniciais, a polpa permanece saudável devido à presença de pré-dentina. Em reabsorções mais antigas (Classe IV), pode haver comunicação com a cavidade pulpar. Vias adicionais de reabsorção também são criadas alcançando o ligamento periodontal apical. A estrutura radicular vai sendo gradativamente comprometida, assumindo um aspecto de colmeia. Clinicamente, pode-se observar uma mancha rósea na região cervical próxima ao sulco gengival. Em outros casos, o dente não apresenta alterações perceptíveis. Quando há vitalidade, as respostas aos testes térmicos estão dentro dos padrões de normalidade. Em casos de necrose ou de dentes já tratados endodonticamente, tais respostas são negativas.

Durante a sondagem periodontal, geralmente observa-se um sangramento significativo devido à presença de tecido de granulação. As bordas das superfícies reabsorvidas são afiadas, delgadas e quebradiças. Radiograficamente, as lesões mais recentes são radiolúcidas e as mais antigas têm aspecto osteoide (áreas radiolúcidas com pontos radiopacos). As reabsorções dentárias externas cervicais invasivas de Classes I e II e Classes III e IV assemelham-se a lesões cariosas e reabsorções internas, respectivamente. Contudo, nas reabsorções externas, o contorno do canal radicular permanece visível devido à integridade da camada de pré-dentina.

https://ferrariendodontia.com.br/reabsorcao-externa-bsbii/

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