Anatomia endodôntica do canino inferior.
Paciente procurou a clínica com queixa de dor leve à mordida na região do dente 43 e 44. No exame clínico, dor à palpação e ao teste de percussão na referida região. O exame radiográfico mostrou tratamento endodôntico insatisfatório e imagem radiolúcida periapical difusa nos dentes 33 e 34. O diagnóstico periapical então foi de periodontite apical sintomática. Foi realizado a desobturação, PDT e colocação de medicação com Bio C Temp dos dois dentes. O paciente só retornou 3 meses depois, quando se observou radiograficamente a reparação da área e foi então realizada a obturação.
Caso realizado pelos alunos Jonas e Marcela da Especialização em Endodontia da APCD Bragança Paulista.
Anatomia endodôntica do canino inferior. In: Machado, Ricardo. Endodontia: Princípios Biológicos e Técnicos. Grupo GEN, 2022.
Introdução
O estudo e o conhecimento sobre as características morfológicas e anatômicas internas dos dentes são importantes não somente para o endodontista, mas também para todo cirurgião-dentista. Iatrogenias também são cometidas em áreas como Dentística, Prótese e Cirurgia, em virtude da falta de discernimento dos profissionais quanto ao número, à forma, à direção e ao comprimento de raízes e canais radiculares nos diferentes grupos dentais.
Recursos tecnológicos como a tomografia computadorizada de feixe cônico e o microscópio operatório têm minimizado a ocorrência de erros e acidentes, pois proporcionam ao profissional planejamento mais apurado e melhor visualização do campo de trabalho, respectivamente. Ainda assim, é preciso conhecer a morfologia e a anatomia interna dental para evitar intercorrências durante a realização de tratamentos endodônticos, preparos para utilização de retentores intrarradiculares, cirurgias paraendodônticas etc.
A complexidade da anatomia interna dental vem sendo demonstrada desde os clássicos estudos de Hess e Pucci e Reig, utilizando técnicas de diafanização, cortes seriados e análises radiográficas. Mesmo com os parcos recursos da época, essas pesquisas já demonstravam a existência de um verdadeiro sistema de canais radiculares. Atualmente, a tomografia e, principalmente, a microtomografia computadorizada constituem as ferramentas mais acuradas para o estudo da anatomia interna e externa dental.
Anatomia endodôntica. Caninos inferiores
Assim como os incisivos do mesmo arco, apresentam raiz achatada no sentido mesiodistal e ampla na direção oposta (vestibulolingual). Em linhas gerais, os canais também apresentam essas características. Esse achatamento mesiodistal favorece a ocorrência de dois canais ou duas raízes, uma vestibular e uma lingual.
Em incisivos e caninos inferiores, quando houver suspeita de dois canais, é importante realizar radiografias periapicais aplicando os conceitos da técnica de Clark. Mudanças na angulação horizontal podem auxiliar no diagnóstico.. Ainda, é importante salientar que, nesses casos, o canal mais facilmente encontrado é quase sempre o vestibular.
Anatomia endodôntica do canino inferior.
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