Fitoterápicos na odontologia. Anticoagulant effects of phytotherapeutic drugs and their importance in surgical dental procedures. Trabalho publicado na RGO, orientado pelo Prof. Dr. Jonatas Oliveira e com a participação dos Profs. Drs. Ricardo Machado (SC) e Frederico Martinho (Unv. Maryland EUA) e acadêmicos.
Resumo: Fitoterápicos na odontologia. Projeto de pesquisa. Carlos Ferrari, 2015, UNESP.
O interesse por terapias alternativas, em particular o uso de plantas medicinais, cresceu exponencialmente entre a população em geral. Este tratamento faz parte da chamada Medicina Alternativa e Complementar, que também inclui outras formas terapêuticas. Denomina-se fitoterápico o produto obtido de origem vegetal com propriedades medicamentosas estudadas, eficácia, segurança e riscos conhecidos e controle de qualidade na sua produção. É possível verificar na literatura diversas indicações médicas para estas substâncias vegetais, com resultados positivos significativos, devidos às suas inúmeras propriedades terapêuticas, dentre elas, de controle de microrganismos, ação antinflamatória e antioxidante.
A população em geral pode fazer uso dos fitoterápicos sem prescrição médica ou mesmo dosagem adequada. Bardia et al. (2007) verificaram que cerca de dois terços dos pacientes que fizeram uso desses medicamentos não tinha conhecimento sobre as evidências científicas destes produtos. Além disso, em muitos países, a produção e o comércio de fitoterápicos são feitos de maneira indiscriminada. Desta forma, são necessários alguns cuidados por parte de profissionais da saúde, devido ao alto índice de uso destes produtos, de 36 a 63%, entre pacientes avaliados durante o período de um ano.
Tem-se um grande mito a respeito da natureza inócua dos fitoterápicos, conhecidos como produtos naturais e, portanto, seguros. Porém, como qualquer medicação, os fitoterápicos podem apresentar contraindicações, efeitos adversos e colaterais que devem ser observados e levados em consideração pelo profissional da saúde, uma vez que, diversas condições sistêmicas contraindicam o uso de substâncias fitoterápicas, que podem agravar um quadro pré-existente.
Um dos efeitos colaterais mais comuns dos fitoterápicos, relatado na literatura, é a interferência nos fatores naturais da coagulação no organismo, isoladamente ou na interação com substâncias alopáticas, podendo ocasionar hemorragias durante e após procedimentos cirúrgicos.
Foi descrito que grande número de substâncias fitoterápicas pode interagir com medicamentos alopáticos, e potencializar alguns efeitos adversos ou atuar como antagonistas. Entre as medicações alopáticas que tem seus efeitos afetados por essas interações, particularmente de interesse para a odontologia, estão anticoagulantes como a varfarina, antinflamatórios não esteroidais, como o ácido acetilsalicílico e analgésicos como o acetaminofeno. Segundo Mousa (2010), cerca de 180 diferentes fármacos ou suplementos naturais tem o potencial de interagir com a Varfarina e por volta de 120 com ácido acetilsalicílico ou outros medicamentos.
Entretanto, alguns estudos a respeito dos efeitos adversos de fitoterápicos e suas interações medicamentosas podem ser inconclusivos e contraditórios, uma vez que, em muitos casos, são baseados apenas em estudos “in vitro”, relatos isolados de caso ou mesmo ilações teóricas sem qualquer comprovação científica.
https://www.researchgate.net/publication/318663583_Anticoagulant_effects_of_phytotherapeutic_drugs_and_their_importance_in_surgical_dental_procedures
https://ferrariendodontia.com.br/perfuracao-na-cirurgia-de-acesso/