Caso de fratura de lentulo. Paciente procurou a clínica de especialização relatando tratamento endodôntico anterior em um dente 11, cujo profissional relatou ter havido fratura de instrumento e impossibilidade de continuação do tratamento. No exame radiográfico observou-se instrumento fraturado no interior do canal em toda sua extensão, compatível com fratura de lentulo. Após o isolamento e acesso, tentou-se a remoção do instrumento com a apreensão de sua ponta por uma pinça Stieglitz, sem sucesso, pelo travamento na região média e apical, mesmo com a aplicação de força de moderada e mais intensa. Optou-se então pela tentativa de ultrapassagem e ampliação do canal, realizada com sucesso. Porém, o instrumento não se destravou mesmo assim. Foi então realizado protocolo de irrigação e obturação no comprimento de trabalho.
O caso alerta para o cuidado e o respeito pela cinemática do instrumento endodôntico e seus parâmetros de velocidade e torque, além do cuidado para não onserção todal de instrumentos não projetados para tal.
Os instrumentos endodônticos, sejam limas manuais, limas rotatórias ou reciprocantes ou lentulos e instrumento de irrigação e brocas degates ou Largo, podem fraturar no interior do canal radicular em qualquer região, apical, média e cervical. Se a velocidade, torque e outros parâmetros como tipo e sentido de rotação não forem respeitados, além da incorreta utilização, haverá risco da separação do instrumento, muitas vezes de difícil retirada.
A primeira escolha é a retirada do instrumento e posterior tratamento, com diferente aparatos e técnicas para tal, porém nem sempre ocorre sucesso nessa tentaiva. Uma das soluções, em caso de não possibilidade de retirada é a ultrapassagem do instrumento até o comprimento de trabalho e irrigação e obturação até esse limite, com posterior acompanhamento e instrução do paciente.
Em caso de insucesso em qualquer técnica é indicado então a cirurgia paraendodôntica para resolução via ápice, retirando o instrumento e realizando retropreparo e retroobturação.
