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Lima fraturada e perfuração. Resolução conservadora.

Lima fraturada e perfuração. Caso de reintervenção endodôntica dificultada pela presença de lima fraturada e perfuração adjacente em que se optou por uma abordagem mais conservadora devido aos danos já presentes.

Paciente foi encaminhada por colega, após fratura de lima no canal mésio vestibular, seguida de perfuração com instrumento rotatório na tentativa de remoção e colocação de MTA para fechamento. Não havia quaisquer sinais e sintomas. A tomografia revelou extensa perfuração adjacente ao instrumento fraturado, que dificultaria qualquer manobra de remoção do instrumento. Observou-se também que os canais mesiais convergiam em um único forame, o que tornava o prognóstico um pouco mais favorável.

Foi realizado então a remoção do MTA da coroa, desobturação dos canais ML e D e a descontaminação da perfuração e medicação com com Bio C Temp por 30 dias. Na segunda consulta realizou-se a obturação dos canais e o fechamento da perfuração com Bio C Repair.

O paciente foi instruído sobre a manutenção do instrumento fraturado e a necessidade de proservação.    

In:

Retratamento endodôntico e tratamento de perfuração
radicular com cimentos a base de MTA.
Nayara Rodrigues Nascimento Oliveira Tavares, Jéssica Monteiro Mendes, Alexia da Mata
Galvão, Maria Antonieta Veloso Carvalho de Oliveira. Angelus.

Introdução
A perfuração é uma comunicação artificial entre o
sistema do canal radicular e os tecidos de suporte dos
dentes, que complica o tratamento e priva o prognóstico
se não for devidamente tratada. As perfurações da
raiz podem ocorrer patologicamente como resultado
de reabsorções e cárie ou iatrogenicamente durante
alguma etapa do tratamento do canal radicular (Kakani
et al 2015).
O MTA consiste em partículas finas hidrófilas
de silicato tricálcico, aluminato tricálcico, óxido
tricálcico, óxido de silicato, di-hidrato de sulfato de
cálcio, aluminato tetracálcio e pequenas quantidades
de óxidos minerais (bismutóxido). Sua composição
é proveniente do cimento de Portland, e tem sido
estudado a cerca de 20, desde quando foi oficialmente
aprovado em 1998 (Kakani et al 2015; Tawil et al 2015).
As perfurações são geralmente o resultado de
condutas iatrogênicas em que ocorre uma comunicação
entre o canal radicular e o tecido perirradicular durante
acesso coronário ou durante a instrumentação. As
perfurações também podem ocorrer em casos de
reabsorção interna, onde toda a espessura da raiz é
afetada pelo processo de reabsorção. Devido à excelente
capacidade de vedação e biocompatibilidade do MTA,
ele foi usado para reparar perfurações radiculares com
resultados previsíveis e favoráveis (Tawil et al 2015).
As novas formulações do MTA exibem um tempo
de ajuste reduzido, são vendidos em recipientes que
permitem uma distribuição mais controlada e possuem
as mesmas propriedades necessárias (Tawil et al 2015).
Estudos iniciais com MTA relataram uma taxa
de sucesso de 56% ao longo de 41 meses. Em um
estudo in vivo mais recente usando MTA como
material de vedação, em mais de 85% conseguem um
reparo da perfuração. O MTA fornece um vedamento
da perfuração eficaz a longo prazo e com material
extremamente biocompatível (Mente et al. 2010; Buttel
et al 2013; Mente et al 2014).
Dessa forma, apesar ainda de não haver um
material com todas as caraterísticas ideais, no
tratamento de perfurações o MTA é o material que se
apresenta mais favorável, com selamento adequado a
longo prazo, e por isso ainda é a primeira opção nesses
casos. O objetivo desse artigo foi relatar um caso
clínico de retratamento e presença de perfuração, com
cimentos a base de MTA.

Lima fraturada e perfuração.

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