Necrose pulpar após cirurgia ortognática. Relato de caso.

Necrose pulpar após cirurgia ortognática. Relato de caso.

Necrose pulpar após cirurgia ortognática. Paciente procurou atendimento queixando-se de escurecimento da coroa do incisivo central.

Necrose pulpar após cirurgia ortognática. Relato de caso.

In Consolaro et al. Escurecimento dentário e necrose pulpar após cirurgia ortognática: o laringoscópio e o traumatismo dentário. R Dental Press Ortodon Ortop Facial 16, v. 12, n. 5, p. 16-19, set./out. 2007.

A maioria dos trabalhos sobre os efeitos da cirurgia ortognática na polpa dentária compara e ressalta que os efeitos são os mesmos encontrados em dentes submetidos ao traumatismo dentário. Estes trabalhos analisam casuísticas onde foi utilizada a
osteotomia por Le Fort I, com ou sem segmentação, ou ainda da osteotomia mandibular.

Ainda sobre os trabalhos, a grande maioria mediu as alterações do fluxo sanguíneo pulpar utilizando a fluxometria por laser Doppler7 . Raramente foram realizadas análises microscópicas e imaginológicas metodologicamente bem definidas e inquestionáveis. Outra metodologia muito empregada foi o eletrodiagnóstico, para detectar a sensibilidade pulpar.
A precisão diagnóstica e a praticidade da fluxometria pulpar via laser Doppler são questionadas como metodologia mais adequada para análise de viabilidade pulpar, considerando-se que foi idealizada para tecidos moles. A presença de tecido
duro poderia comprometer a sua efetividade e a precisão de resultados. Da mesma forma, são questináveis resultados obtidos apenas pelo eletrodiagnóstico pulpar.

Alguns estudos preocuparam-se em analisar a ocorrência da necrose pulpar, do escurecimento dentário e da reabsorção interna, independentemente se em dentes anteriores ou posteriores, mas há uma concentração de atenção para com os incisivos centrais superiores.
Os dentes traumatizados podem: a) manter sua vitalidade pulpar; b) sofrer necrose pulpar asséptica; c) sofrer metamorfose cálcica da polpa.

A necrose pulpar asséptica pode evoluir gradativamente para o escurecimento dentário e este sinal clínico ser a indicação de que algo está ocorrendo com o dente portador. Este sinal pode ser notado pelo paciente ou pelo profissional, ou ambos, simultaneamente. A metamorfose cálcica da polpa foi muito conhecida clinicamente como obliteração da câmara ou do canal radicular, comumente vista em dentes traumatizados, após algumas semanas ou meses.
A metamorfose cálcica da polpa ocorre quando o traumatismo lesa o feixe vásculo-nervoso, não o suficiente para impedir o fluxo sanguíneo, mas sim restringi-lo. Nestas condições de sofrimento pulpar ou estresse celular intenso por hipóxia, as células da polpa sofrem uma metaplasia, ou seja, mudam seu fenótipo e todos os fibroblastos, pe

ricitos e células de reserva diferenciam-se aleatoriamente em odontoblastos e, de forma desorganizada, depositam uma matriz dentinária displásica no meio extracelular, ou seja uma dentina mal formada, cheias de células incluídas, a ponto de ser denominada de osteodentina.

A metamorfose cálcica da polpa pode ser simultânea em toda a polpa, mas pode ser detectada imaginologicamente ocorrendo das paredes para o centro da polpa, reduzindo gradativamente o volume pulpar a ponto de, em 6 a 12 meses, o canal estar completamente obstruído ou estreitado. Não raramente ocorre a obliteração da câmara pulpar e o estreitamento do canal radicular.

Necrose pulpar após cirurgia ortognática.

Você também pode gostar

Reabsorção interna

Reabsorção interna

Reabsorção interna. Paciente foi indicado pela clínica de ortodontia após observação radiográfica de lesão periapical...

ler mais