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Perfuração endodôntica. Proservação em caso assintomático.

Perfuração endodôntica.

Em algumas situações, a avaliação clínica e a decisão do paciente devem nortear a conduta em benefício de tratamentos mais conservadores, ou até mesmo somente o acompanhamento.

Paciente procurou avaliação de endodontista, após cirurgião dentista notar em radiografia periapical a presença de uma perfuração em um dente tratado endodonticamente há cerca de 8 anos, portanto tratando-se de um achado radiográfico, já que relatou nunca ter tido quaisquer sinal ou sintoma.

Ao exame clínico, aspecto normal da gengiva, e nenhuma sensibilidade aos testes de palpação e percussão. O exame radiográfico revelou a imagem da perfuração, compatível com cone de guta percha na região gengival vestibular, além do tratamento endodôntico realizado. No exame tomográfico, percebe-se imagem compatível com formação óssea na lacuna da perfuração, sugerindo possível reparação da área.

Após a orientação quanto às alternativas de tratamento, a paciente optou pela proservação clínica e radiográfica, como não há qualquer sinal ou sintoma.

Caso acompanhado em conjunto com a cirurgiã dentista Isabely Francelino.  

In: AmeneiroA.M. Perfurações, uma abordagem Endodôntica Universidade Fernando Pessoa. Curso de Medicina Dentária Porto 2018

Introdução

O objetivo de um tratamento Endodôntico de sucesso é garantir o selamento correto do Sistema de canais radiculares (SCR), ou seja, que não ocorra o transporte de microorganismos do canal radicular para os tecidos periapicais, e de restaurar a função do dente.
Desse modo é necessário que haja uma boa instrumentação do sistema de canais radiculares e por consequente uma boa desinfeção dos mesmos. No entanto durante o tratamento Endodôntico, podem ocorrer vários erros de origem iatrogénica, sendo um deles a ocorrência de perfurações, que obrigam à necessidade de as solucionar.
Está descrito na literatura que um dos fatores que afeta significativamente o sucesso do retratamento é a preexistência de lesão associada ao dente (Farzaneh, Abitbol and Friedman, 2004).

A incidência de perfurações citada na literatura varia entre os 3% e os 10%. E cerca de 7% a
12% dos retratamentos endodônticos realizados com sucesso possuíam perfurações preexistentes (Clauder and Shin, 2009).
A perfuração, sendo ela iatrogénica ou de origem fisiológica, é a comunicação artificial da câmara pulpar ou do SCR com os tecidos periodontais. Esta comunicação entre os dois meios, permite a passagem de bactérias do SCR para os tecidos periodontais e vice-versa, que irão infeccionar os tecidos periodontais, comprometendo a integridade do dente, sendo que em muitos casos a extração é a única solução (Tsesis and Fuss, 2006).

Perfuração endodôntica.

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