Dúvidas sobre o tratamento endodôntico.. Principais questionamentos de pacientes reunidos em nossa prática clínica e as respostas mais adequadas para uma melhor aceitação do tratamento.
Por que preciso tratar canal?
O tratamento de canal dói? E depois?
O tratamento de canal escurece o dente?
O tratamento de canal enfraquece o dente?
O tratamento de canal causará perda de sustentação do dente?
O tratamento de canal mata o dente?
Em quantas consultas é realizado o tratamento?
Qual o índice de sucesso do tratamento?
In: Rhode et al. ANÁLISE DAS VIAS DE ANSIEDADE EM PACIENTES ENDODÔNTICOS E DO MANEJO POR CIRURGIÕES-DENTISTAS. Congresso Internacional em Saúde. No. 10. 2023.
INTRODUÇÃO O tratamento endodôntico engloba a ciência e arte que circunda a etiologia, a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das alterações da polpa dentária e seus efeitos na região periapical e no organismo (LEONARDO et al., 2008). É constituído pela ampliação do canal radicular para a remoção de tecidos vitais ou necróticos remanescentes (SIQUEIRA et al., 2011; ZEHNDER, 2006) através da anestesia, abertura, remoção da polpa, modelagem do canal radicular, desinfecção e obturação, podendo desencadear certo medo e ansiedade nos pacientes (DOU et al., 2018).
A ansiedade é definida como uma emoção complexa, difusa e desagradável, expressada por uma sensação de medo e tensão emocional que acompanha sintomas e sinais corporais (DEL POZO et al., 2015). Os tratamentos odontológicos em geral causam grande ansiedade, sendo a principal razão para o atraso ou cancelamento de consultas (DE JONGH et al., 2002), podendo levar à complicação na qualidade de vida relacionada à saúde bucal (CARTER et al., 2015). Estudos demonstraram que evitar ou atrasar a consulta, perpetua mais ansiedade, construindo um círculo vicioso de ansiedade e medo (DE JONGH et al., 2002; ARMFIELD et al., A, 2006). Por afetar grande parte da população mundial, e atualmente, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil estar em primeiro lugar no ranking de países com essa condição, a ansiedade é, de maneira geral, um obstáculo quando se fala em tratamentos odontológicos, mais especificamente o tratamento endodôntico.
Afeta indivíduos de todas as idades e de diferentes classes sociais, sendo considerada uma apreensão por parte dos dentistas e pacientes no cuidado com a saúde bucal rotineira (EITNER et al., 2006). Estudos mostram que o cancelamento de consultas associado à condição de ansiedade varia de 5,5% a 15,5% (CARTER et al., 2015a ;CARTER et al., 2015b ;LOCKER et al., 2001; NICOLAS et al., 2007). É relatado por Carter et al., (2015) que existem cinco caminhos ou vias relacionadas ao condicionamento cognitivo de medo e ansiedade em odontologia, correspondendo a: (I) condicionamento: más experiências anteriores do próprio paciente, (II) ia vicária: relatos de amigos ou conhecidos de suas experiências desagradáveis com tratamento endodôntico, (III) parental: receios dos pais ou cuidadores em relação ao tratamento endodôntico, (IV) ameaça verbal: ameaça de ser levado(a) ao dentista como forma de punição, (V) informativo: caracterização negativa do cirurgião-dentista nas mídias (CARTER et al.a, 2015; CARTER et al., 2015b ;ARMFIELD B, 2011) O cirurgião-dentista é o único responsável pela realização do tratamento e por cuidar dos seus pacientes ansiosos. Atualmente, existem inúmeras práticas não farmacológicas que podem ser adotadas no consultório odontológico para ajudar esses pacientes a progredir melhor em suas necessidades de cuidados odontológicos (ARMFIELD et al.,2013). Entre elas, práticas como tranquilização obtida de forma verbal (iatrossedação), técnicas de relaxamento, comportamentais e psicológicas (DIAS et al., 2008).
Também, recursos audiovisuais como distrações para os pacientes na sala de espera e na cadeira odontológica (CRAVEIRO et al., 2020), além da inclusão de músicas durante o procedimento, beneficiando amenizar os ruídos dos instrumentos odontológicos (KYM et al., 2011).
Dúvidas sobre tratamento endodôntico.
