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Transplante dental. Reimplante intencional.

Transplante dental. Reimplante intencional em molar superior.

Caso de abscesso periapical agudo em segundo molar superior de paciente com necessidades especiais, dificuldade de abertura, inclinação que dificultava o isolamento e acesso, e indicação inicial de exodontia.

Após análise das opções possíveis, optou-se pelo reimplante intencional após tratamento endodôntico e apicectomia fora da boca do paciente, sob sedação.

A gengiva hiperplásica foi removida e então o dente foi removido do alvéolo e mantido sob constante irrigação com soro fisiológico enquanto se fazia a limpeza delicada retirando-se tecidos de granulação e evitando-se qualquer raspagem de tecido periodontal, seguido do preparo e obturação com cones e Bio C Sealer.

Em seguida o dente foi reimplantado e fixado por sutura por 1 semana.

O controle após 1 ano, não mostra qualquer alteração, e aguarda-se o paciente para proservação radiográfica e tomografia.

Caso realizado com o colega e amigo Prof. Dr. Carlos Augusto das Neves, cirurgião bucomaxilofacial.

Reimplante intencional
Reimplante intencional
Reimplante intencional
Reimplante intencional

Reimplante intencional in:Miranda, Andressa de Fátima Araújo, Rejane Santos Quintino, and Rafael José Santos Rodrigues. “ÍNDICE DE SUCESSO E TAXA DE LONGEVIDADE EM REIMPLANTE INTENCIONAL (ODONTOLOGIA).” Repositório Institucional 3.1 (2024).

Introdução
Dentro da prática odontológica, estima-se
muito a filosofia conservadora, envolvendo não
apenas a manutenção da estrutura dentária, como
também a preservação dos tecidos circundantes
(LLERENA et al., 2015; OLIVEIRA et al., 2021).
O Reimplante Intencional (RI) é um
procedimento que existe desde o século XI, onde
Albucasis relatou o primeiro reimplante e o uso de
talas no dente reimplantado (LLERENA et al.,
2015; PORTILLA et al., 2021). Em 1712, Pierre
Fauchard relatou a realização de um reimplante
intencional em quinze minutos após a extração do
dente. A importância do ligamento periodontal no
prognóstico de dentes reimplantados foi discutida
por Scheff em 1890 (LLERENA et al., 2015).
Segundo alguns autores é uma técnica realizada
desde 1950, em que o risco de reabsorção é
minimizado se for evitada a contaminação durante
a cirurgia e realizando o procedimento com o
tempo extra oral de quinze minutos ou menos.
Pode reduzir ou prevenir o risco de anquilose se o
dente for mantido em oclusão fisiológica
(PEREIRA et al., 2024).
O tratamento endodôntico possui uma
significativa taxa de potencial de sucesso, porém
ainda existe uma taxa considerável de insucesso,
podendo falhar entre 16% e 65% dos casos, e seu
insucesso está relacionado principalmente a
recolonização ou nova colonização de bactérias
devido a erros durante o procedimento (ALVES et
al., 2020; PORTILLA et al., 2021; KUMAR et al.,
2023; PEREIRA et al., 2024).
Quando ocorrem falhas no tratamento
endodôntico, possuímos algumas opções de
tratamento complementares à endodontia
convencional. Tratamentos como: Retratamento
endodôntico não cirúrgico, apicectomia, cirurgias
parendodônticas, porém quando há um
prognóstico desfavorável para retratamento
cirúrgico ou não cirúrgico, ou quando o tratamento
pode haver risco para o paciente, uma alternativa
é optar pela extração do dente e substituição por
implante ou o tratamento por RI (ESTEVES et al.,
2019; ALVES et al., 2020; PEREIRA et al., 2024).
O tratamento de RI surge como uma
alternativa para evitar a perda dos dentes naturais,
visando a conservação dos dentes naturais, é um
procedimento que consiste na exodontia
atraumática do elemento dentário, sendo realizado
um tratamento extra oral e quando há tecido de
lesão apical a realização da curetagem do alvéolo
e posterior reimplante do elemento dentário no
alvéolo (KUMAR et al., 2023; PEREIRA et al.,
2024).
A seleção do caso e pré-operatório funciona
da mesma forma do tratamento endodôntico
cirúrgico, deve-se realizar uma correta anamnese
do paciente e dente envolvido, exame clínico e
radiográfico e tomográfico que envolva um
adequado diagnóstico bucal geral, teste de
sensibilidade, percussão, palpação e sondagem
periodontal. Deve ser apresentado ao paciente
todas as opções de tratamento, assim como os
prós e contras do procedimento e obter o termo de
consentimento livre e esclarecido (TCLE) assinado
pelo paciente (PORTILLA et al., 2021).
A escolha do tratamento mais indicado para
o paciente depende de diversos fatores como a
saúde geral do paciente, tipo de lesão adjacente,
quanto tempo e qual o estado da obturação do
canal radicular, após isso verificar qual tratamento
se encaixa melhor no diagnóstico e queixa do
paciente (PEREIRA et al., 2024).
Diante dos dados mencionados, a revisão
de literatura se revela de singular importância aos
alunos de odontologia, cirurgiões dentistas e
profissionais da área da saúde, permitindo que
compreendam o reimplante intencional, seu
caráter social, não somente clínico, e que possam
utilizá-lo como uma alternativa mais conservadora
do que uma exodontia.
Isso porque objetiva-se demonstrar que a
técnica de reimplante intencional pode ter um alto
índice de sucesso e um prognóstico favorável,
assim como pode ser uma alternativa viável de
tratamento.

Transplante dental.

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